sexta-feira, 23 de março de 2012

Dia 8 Downhill estrada da morte.

Finalmente havia chegado um dos dias mais esperados da viagem, o Downhill na estrada da morte. Contratamos a Albert Tour para fazer o passeio ao preço de 450 bolivianos por pessoa. Com fotos, camisa, alimentos e bike full suspension inclusos. O Downhill na estrada da morte começa em um local próximo a La Paz chamado La Cumbre, situado a 4.700m acima do nível do mar. Ele termina no vilarejo de Yolosa, parte da selva amazônica boliviana e situado a apenas 1.200m acima do nível do mar.

São 3.500 metros de variação de altitude em um trajeto de 64 km. Já havia lido muitos relatos sobre este Downhill na Bolívia. Inclusive muitos relatos de acidentes. Confesso que estava com um pouco de medo do que estava por vir. Para quem nunca ouviu sobre a estrada da morte, digita no Google para ver as fotos do lugar.

Chegamos em La Cumbre por volta das 10 horas da manhã. Estava muito frio. A sensação térmica era de 0° ou menos. Nunca senti tanto frio na vida. Havia um nevoeiro provocado pelas nuvens. Ventava muito e estava chuviscando. Existiam diversos grupos de diferentes agências no local. Seguramente haviam mais de 50 pessoas fazendo a descida naquele dia. Nosso grupo era pequeno, 3 pessoas apenas. Nosso guia, era um cara muito gente boa chamado Diego.

Após rápidas explicações, começamos a descida. O início é bem tranquilo porque já pega a parte nova da estrada que é asfaltada. Minhas mãos estavam congelando mesmo com luvas. Parecia que eu ia perder os dedos. Mesmo sendo nova a estrada, ela segue os rigorosos padrões de segurança da Bolívia. Afinal para que proteção lateral se o abismo é de apenas algumas centenas de metros rs...... Na parte de asfalto fiquei muito confiante. Comecei a apostar corrida com o guia, mas ele me ganhava muito fácil ehehehe. Após alguns quilômetros chegamos ao Check Point de entrada da estrada da morte. É necessário pagar 25 bolivianos para entrar na estrada. E necessario guardar o ticket pois ele será cobrado mais tarde. Neste ponto as bicicletas são colocadas em cima da van novamente e seguimos de van até a entrada da estrada da morte, porque o trecho que se segue é de subida. Todas as agências fazem isso. Não foi preguiça minha. Pedalar neste ponto não é opcional.

Quando a van finalmente chegou a estrada da morte, eu tive um choque. Já tinha visto aquela cena através de fotos, mas estar ali foi totalmente diferente. O abismo na lateral da estrada é tão profundo que não da para ver o fim, porque ele fica coberto por nuvens. Nessa hora eu comecei a me perguntar que merda eu estava fazendo ali. Que tipo de idiota gasta dinheiro para arriscar a vida rs!? Bem, certamente eu sou um desses. Já estava ali e não tinha mais jeito. Comecei a descida muito travado. O chão estava molhado e escorregadio. O detalhe é que a estrada ainda funciona atualmente. Portanto além do risco natural de queda, ainda existia o risco de dar de cara com um carro. A orientação do guia, era para que caso você encontrasse um carro, deveria ficar do lado do abismo. Não sei o porque disso. A velocidade que você pedala é pessoal. Tem gente que vai bem devagar, tem gente que desce correndo. A única regra é não ultrapassar o guia. A medida que fui descendo, fui ganhando mais confiança. A pista foi secando e a temperatura aumentando.

O começo da trilha é bem sinistro porque você pedala dentro da nuvem. A visibilidade é muito baixa. Ao longo da trilha passamos por diversas cachoeiras e fazemos algumas paradas para lanches e para fotos. Ao final da trilha eu já estava bem empolgado. Quando você bota um capacete de motocross, luvas, joelheiras e cotoveleiras, não tem como você não se sentir um atleta profissional rs. Esqueci o abismo do meu lado e ao invés de usar os freios, usei os pedais da bike para ir o mais rápido possível.

Me lamentei por não ter comprado ainda minha câmera Go Pro. Faria ótimas imagens. Chegamos a Yolosa por volta das 16 horas. A temperatura lá em baixo estava em aproximadamente 30°. Perguntei ao guia qual era o tempo recorde de descida e ele me disse que eram impressionantes 1h8m desde o ponto inicial em La Cumbre, incluindo o trecho de subida em que fomos de van. Após a chegada, fomos para um hotel fazenda próximo só local onde almoçamos. Fio picado por diversos insetos exóticos da amazônia. Meu braço ficou todo inchado. Por sorte o médico do ambulatório do viajante mandou eu tomar uns 30 tipos de vacina diferentes antes de sair do Brasil. Até o momento não apresentei nenhuma infecção rs..... Chegamos de volta a La Paz já era de noite. Estávamos exaustos. Mal aguentamos jantar e desmaiamos no Hostel. 
































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